Conforme explica o sacerdote católico Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, confiar em Deus de verdade é mais do que recitar frases de efeito ou manter uma aparência serena diante das dificuldades. Trata-se de um ato profundo da alma que se entrega, com humildade e fé, à vontade divina mesmo quando não compreende os caminhos pelos quais é conduzida. A confiança em Deus envolve razão, vontade e afeto, e é fruto de uma experiência real de encontro com o Senhor.
Confiar de verdade é manter o coração firme mesmo quando as certezas humanas desmoronam, é sustentar a esperança quando tudo ao redor parece indicar o contrário.
A confiança que nasce da fé
A confiança em Deus não é uma expectativa ingênua de que tudo acontecerá do modo que desejamos. Pelo contrário, conforme explica o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, confiar é aceitar que Deus sabe o que é melhor para nós, mesmo quando Sua vontade contradiz nossos planos imediatos. A fé madura reconhece que Deus é Pai, que tudo vê, tudo sabe e tudo ordena para o bem dos que O amam.
Essa confiança exige uma fé que transcende os sentidos. Não se apoia em provas visíveis, mas na fidelidade de Deus que jamais abandona os seus. A alma confiante não exige explicações, mas oferece sua adesão confiante, sabendo que o tempo de Deus é diferente do nosso e infinitamente mais sábio.
Os obstáculos à confiança: medo, controle e ansiedade
Confiar em Deus de verdade exige desapego. E, nesse ponto, muitos enfrentam dificuldades interiores: medo do futuro, desejo de controlar todas as situações, resistência em aceitar aquilo que escapa à lógica humana. De acordo com Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, esses obstáculos podem ser vencidos quando a alma decide, com humildade, deixar de lado a autossuficiência e reconhecer que só em Deus há verdadeira segurança.
É comum, por exemplo, confiar parcialmente — nas coisas espirituais, mas não nas decisões práticas da vida. A confiança plena, porém, deve ser integral: em todas as áreas, em todos os momentos. Deus quer conduzir a totalidade da vida do cristão, não apenas os momentos litúrgicos ou devocionais.
O testemunho dos santos e a confiança radical
Os santos são os maiores exemplos de confiança real em Deus. São José, ao aceitar Maria como esposa em obediência ao anjo, mostrou uma confiança silenciosa e eficaz. Santa Faustina confiou na misericórdia divina mesmo diante da incompreensão e da doença. São João da Cruz, em sua “noite escura”, manteve-se firme na fé. Assim como frisa Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, esses testemunhos revelam que confiar é um ato radical de amor e abandono nas mãos de Deus.

Os santos nos ensinam que confiar em Deus não significa ausência de sofrimento, mas certeza de que nenhuma dor é inútil quando oferecida com fé. É nesse abandono que a alma se purifica, amadurece e encontra paz.
Como crescer na confiança em Deus no cotidiano
Confiar é uma virtude que se cultiva. Para isso, é preciso rezar, meditar a Palavra, participar com frequência dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Confissão. Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva destaca que a oração confiante deve ser perseverante, mesmo quando parece não ser atendida. Deus ouve sempre, ainda que não responda da forma esperada.
Além disso, é importante fazer memória dos momentos em que Deus agiu no passado. Lembrar das graças já recebidas fortalece a alma para continuar confiando no presente e no futuro. Também é útil repetir, em silêncio ou em voz alta, frases simples como: “Jesus, eu confio em vós” — não como fórmula mágica, mas como expressão sincera de entrega.
A confiança como testemunho cristão
Vivemos tempos marcados pela insegurança, ansiedade e desesperança. Nesse cenário, a confiança em Deus se torna não apenas uma virtude pessoal, mas um testemunho evangelizador. Como indica o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, o cristão que confia transmite serenidade, firmeza e luz. Sua paz interior fala mais do que muitas palavras, e pode tocar os corações mais fechados.
Confiar em Deus de verdade é também um ato de caridade: é oferecer ao mundo a esperança de que existe Alguém que guia a história, sustenta as vidas e não abandona ninguém.
Confiar é descansar no coração de Deus
Confiar em Deus de verdade é descansar no Seu coração, mesmo sem compreender os caminhos que Ele traça. É saber que Ele não erra, não atrasa e não desiste. É continuar caminhando com fé, mesmo quando os pés estão cansados e os olhos não veem o horizonte.
O Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva afirma que a confiança é um ato de amor que renova a alma e a aproxima da verdadeira liberdade. Quanto mais se confia, mais se vive na paz de Deus — aquela que não depende das circunstâncias, mas brota da certeza de que estamos nas mãos d’Aquele que nos ama infinitamente.
Autor: Sergey Morozov