María Corina Machado, líder da oposição, chamou a medida de “grave”
A líder opositora venezuelana María Corina Machado criticou duramente a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de mudar as regras para os fiscais eleitorais a poucos dias das eleições presidenciais marcadas para julho.
De acordo com a nova norma, os fiscais precisarão estar inscritos nos mesmos colégios eleitorais onde atuarão, o que não era um requisito previsto na legislação eleitoral venezuelana.
Obstáculo para fiscalização, diz Machado
Machado, que apoia o candidato opositor Edmundo González Urrutia, chamou a medida de “grosseira” e um “obstáculo grave” para a organização cidadã responsável por fiscalizar o processo eleitoral.
Apesar da mudança de última hora, a opositora afirmou que a oposição terá fiscais em todos os colégios eleitorais para identificar eventuais irregularidades. “O objetivo dessa nova norma é impedir a organização cidadã para fiscalizar essas eleições”, declarou.
A decisão do CNE ocorre em meio a uma série de questionamentos sobre a idoneidade do processo eleitoral na Venezuela. Um dos pontos previstos no acordo de Barbados entre governo e oposição, que visava garantias políticas para as eleições, era o convite para a União Europeia atuar como observadora, mas esse convite foi retirado pelo CNE.
Além disso, pelo menos 10 opositores vinculados à campanha de González Urrutia foram presos ou tiveram mandados de prisão expedidos nas últimas semanas, de acordo com denúncias de Machado.