Paulo Roberto Gomes Fernandes analisa como a agenda da indústria de dutos mudou ao longo dos últimos anos. Em 2014, durante a International Pipeline Conference (IPC), realizada em Calgary, no Canadá, já ficava claro que o foco principal deixara de ser apenas a construção de novos gasodutos para se concentrar na segurança, na integridade e na manutenção da malha existente. A presença de empresas como a Liderroll nesse ambiente reforça a importância de trazer soluções tecnológicas para um cenário em que os ativos envelhecem e as exigências regulatórias se tornam mais rigorosas.
Segurança e integridade ganham prioridade na IPC de 2014
A edição de 2014 da IPC reuniu centenas de especialistas, empresas e instituições de diversos países para discutir o futuro dos dutos em um contexto de infraestrutura madura. Segundo avaliações apresentadas no evento, foram cerca de 350 trabalhos técnicos voltados, em sua maioria, a temas como integridade estrutural, inspeção, monitoramento e gestão de riscos.
Para o setor norte-americano, há uma preocupação objetiva: a malha de dutos no Canadá e, sobretudo, nos Estados Unidos é extensa e antiga. Estimativas indicam algo em torno de 400 mil quilômetros de dutos apenas em território canadense, volume cerca de vinte vezes superior ao brasileiro. À medida que essas linhas envelhecem, episódios como o acidente de San Bruno, na Califórnia, em 2010, servem de alerta sobre a necessidade de reforçar normas, melhorar rotinas de inspeção e investir em novas tecnologias.
É nesse tipo de discussão que Paulo Roberto Gomes Fernandes costuma destacar o papel de soluções especializadas, capazes de aumentar a confiabilidade de sistemas em operação, reduzir falhas e prolongar a vida útil de ativos críticos. A experiência da Liderroll em projetos de alta complexidade, especialmente em ambientes confinados, dialoga com a preocupação central da IPC: como garantir segurança em uma malha já instalada, enquanto grandes obras enfrentam atrasos e disputas regulatórias.
A combinação entre malha antiga e demora em novos projetos
Outro elemento que ajudou a direcionar o foco da conferência para segurança e manutenção foi a incerteza em torno de grandes projetos de expansão, como o Keystone, que ainda aguardava aprovações do governo norte-americano e licenças ambientais em 2014. A demora em autorizar novos gasodutos, tanto na América do Norte quanto em outros mercados, faz com que a indústria concentre esforços em manter operacionais, eficientes e seguros os dutos que já estão em serviço.
Na leitura de executivos e especialistas, inclusive de nomes como Paulo Roberto Gomes Fernandes, isso cria uma espécie de “dupla pressão” sobre o setor: por um lado, há a necessidade de garantir abastecimento energético em ritmo crescente; por outro, aumenta a responsabilidade de operar redes antigas, muitas vezes mais exigidas do que no passado. Tecnologias de inspeção interna, monitoramento em tempo real e reforço estrutural passam a ser decisivas para conciliar essas duas demandas.

PIGs, inspeção e o avanço das tecnologias de integridade
Entre os equipamentos que ganharam grande destaque na IPC de 2014 estão os PIGs, dispositivos que percorrem o interior dos dutos para limpeza e inspeção. Se na década de 1970 a função principal era apenas remover resíduos, hoje os PIGs inteligentes reúnem sensores, eletrônica embarcada e softwares avançados capazes de mapear corrosão, deformações, trincas e outras anomalias ao longo de extensos trechos de gasodutos e oleodutos.
Esse desenvolvimento tecnológico está diretamente ligado à agenda que Paulo Roberto Gomes Fernandes sugere para o setor: a necessidade de enxergar inspeção e integridade como investimentos estratégicos, e não apenas como custos obrigatórios. Ao cruzar dados de PIGs, inspeções externas e sistemas de monitoramento, operadores conseguem priorizar intervenções, programar paradas com mais eficiência e reduzir a probabilidade de falhas catastróficas.
Em paralelo, soluções construtivas como suportes especiais, roletes motrizes e sistemas projetados para ambientes extremos complementam essa visão de segurança integrada, em linha com o tipo de inovação que a Liderroll vem desenvolvendo ao longo de sua trajetória.
Integração entre eventos globais e o papel da Rio Pipeline
A participação de empresas brasileiras em eventos como a IPC está ligada também a uma cooperação institucional mais ampla. A partir da criação da Rio Pipeline, no Brasil, consolidou-se um intercâmbio entre entidades como o Instituto Brasileiro de Petróleo e a American Society of Mechanical Engineers, com apoio mútuo a conferências realizadas em Calgary e no Rio de Janeiro.
Para Paulo Roberto Gomes Fernandes, essa integração é importante porque aproxima culturas técnicas distintas, permite que soluções desenvolvidas em diferentes regiões sejam comparadas e acelera a difusão de boas práticas de segurança e manutenção. A Rio Pipeline, cuja edição seguinte estava marcada para setembro de 2015, vinha se consolidando como um dos principais encontros globais da área, com apresentação de trabalhos técnicos e exposição de tecnologias voltadas justamente para integridade, inspeção e operação segura de dutos.
Ao circular entre IPC e Rio Pipeline, empresas como a Liderroll reforçam o diálogo entre a realidade de malhas antigas da América do Norte e a necessidade de construir e operar dutos em condições desafiadoras no Brasil e em outros países. Na visão de Paulo Roberto Gomes Fernandes, essa troca é essencial para que a indústria avance de forma consistente, com mais segurança, mais tecnologia e maior preparo para enfrentar os desafios que ainda estão por vir na gestão de gasodutos e oleodutos ao redor do mundo.
Autor: Sergey Morozov

