A China anunciou um megainvestimento de US$ 41 bilhões no setor de semicondutores, um movimento estratégico que pode alterar o equilíbrio de poder na indústria global de tecnologia. Este investimento visa reduzir a dependência do país em relação aos Estados Unidos e Europa, e posicionar a China como líder no mercado de semicondutores, um componente crucial para o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial.
Desde 2014, a China tem intensificado seus esforços para dominar o setor de semicondutores, culminando no recente anúncio de um plano bilionário. A SMIC, principal empresa chinesa no setor, enfrenta o desafio de desenvolver tecnologias de ponta, especialmente em fotolitografia, onde a ASML, apoiada pelos EUA, detém um monopólio virtual. Essa dependência tecnológica é um ponto crítico que a China busca superar com seu novo investimento.
O plano chinês não se limita à SMIC. Outras empresas, como Hua Hong Semiconductor e Naura Technology Group, também estão na linha de frente para receber apoio e desenvolver suas capacidades de fabricação de equipamentos de litografia de última geração. Este movimento é parte de uma corrida global, onde os EUA e seus aliados europeus também estão fortalecendo suas indústrias de semicondutores para manter a liderança.
A Huawei, gigante tecnológica chinesa, já demonstrou avanços significativos ao lançar o smartphone Mate 60 Pro, equipado com um processador 5G desenvolvido internamente. Este lançamento desafiou as sanções dos EUA e destacou a capacidade da China de inovar sob pressão, marcando um ponto de inflexão na competição tecnológica global.
Os semicondutores são materiais essenciais que podem atuar como isolantes ou condutores de eletricidade, dependendo das condições físicas. Essa versatilidade é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias modernas, tornando o controle sobre sua produção uma questão de autonomia estratégica e influência geopolítica.
Enquanto a China avança, a ASML continua a liderar o desenvolvimento de tecnologias de litografia com suas máquinas EUV de última geração. Apesar do alto custo, essas ferramentas são essenciais para a produção de chips de próxima geração. A China, mesmo com seu investimento massivo, ainda enfrenta desafios para alcançar o nível de sofisticação das fundições ocidentais.
O cenário atual destaca uma intensa competição tecnológica e geopolítica, onde o domínio sobre a produção de semicondutores pode redefinir as relações internacionais e o equilíbrio de poder global. A China, com seu investimento ambicioso, está determinada a se tornar um jogador chave neste campo estratégico, desafiando a liderança estabelecida por EUA e Europa.